EEBM Professor José Rodrigues Lopes
Artigo 11 - 14 anos
VIDA SEM LIXO EM GAROPABA
No dia 27 de outubro pela manhã, cerca de 20 alunos do 6º ano do ensino Fundamental da Escola Estadual Rodrigues Lopes fizeram uma saída a campo ao Centro Histórico de Garopaba para pesquisar de fotos através de fotos, vídeos e entrevistas com alguns cidadãos o problema dos resíduos sólidos em sua cidade. A razão dessa saída é a participação da turma de 11 anos no Programa Jovens Repórteres para o Meio Ambiente.
No caminho, sem ter consegui agendado uma entrevista com o Vice-Prefeito e com o Secretário de Administração que ajudaam a complementar o trabalho que os alunos estão fazendo para o
Programa. Garopaba é um município de 18 mil habitantes fixos (no verão alcança quase 120 mil) localizado no litoral sul de Santa Catarina.
Apesar de pequena, é uma cidade que tem uma preocupação com o meio ambiente. É conhecido o fato de que Garopaba tem um programa de Educação Ambiental há 16 anos funcionando em todas as escolas (Mostra Lutz) e é uma das cidades que mais recicla do Brasil (34% de todo o lixo coletado). Acredita-se que por este cuidado com a sustentabilidade ganhou a chance de participar no programa internacional Jovens Repórteres para o Meio Ambiente. Este programa, que está em 35 países, está em seu primeiro ano no Brasil onde é representado pelo Instituto de Meio Ambientes em Rede (IAR) com sede em Florianópolis, capital de Santa Catarina.
Foi em razão deste programa, então, que a professora de artes Edilene Ramos acompanhou seus alunos nessa saída de campo que tinha como objetivo principal voltar para a escola com fotos de lixo nas ruas e no córrego e vídeos dos cidadãos dando sua opinião e propondo soluções.
A MÁQUINA DO LIXO
O objetivo foi para além, quando na primeira esquina encontrou o vice-prefeito Sr. Nilton Raupp e o secretário de administração Sr. Honorato Pacheco e puderam entrevista-los. Através das respostas muitas questões se esclareceram ajudando os estudantes a entender melhor o problema dos resíduos e preparando-os para as entrevistas com os cidadãos.
Quando perguntado sobre o problema do lixo em Garopaba, o Sr. Nilton, que mora no município há 30 anos respondeu “Vou confessar para vocês, não é ainda o que a gente quer, avança muito mais para que o caminhão com caminhão com processo de coleta seletiva em todos os regiões”, entre o vice-prefeito “Não adiantasse apenas o Poder Público fazer o papel dele, nós em casa também temos que fazer o nosso papel para que juntos a gente possa fazer o tratamento mais adequado possível para ajudar o meio ambiente”.
Segundo Sr. Honorato, nascido e criado em Garopaba, a separação do lixo em casa facilita o trabalho de quem recolhe o lixo e fazer um aproveitamento deste material. Ele acredita que “boa parte do que é descartado para o lixo hoje pode ser reaproveitado”.
Segundo dados da empresa responsável pelo lixo da cidade, a RESAMB, 16 mil toneladas de lixo são coletadas todos os anos, dos quais 5,5 mil são recicladas, portanto 10,5 mil toneladas de lixo misturado para o aterro sanitário. De acordo com Sr. Nilton, a central de triagem gera muitos empregos para o município e isso é positivo. Entretanto os alunos perceberam que o lixo coletado misturado, tanto pela população quanto pelo caminhão de lixo, dá mais trabalho para separar e gera mais lixo sujo e menos lixo aproveitável
O DIA A DIA DO LIXO
Além da questão da coleta seletiva, os alunos perceberam outro assunto relevante para a cidade. O lixo na rua que se torna lixo nas águas. Os alunos perceberam que o lixo que é jogado, ou cai acidentalmente no chão das ruas corre o risco de ser levado pelo vento e pela chuva para os córregos que desembocam no mar. O lixo na rua e nas praias foi reclamação frequenta nas entrevistas aos cidadãos, principalmente por parte dos comerciantes da região.
Os fatos da empresa de coleta deixam lixo no chão ao passar com pressa, de vizinhos que deixam o lixo misturado e mal amarrado e de turistas que jogam lixo no chão por não serem conscientes foram identificados pelos estudantes como principal motivo para a situação das ruas. Érica Cardoso, 25 anos, que trabalha no centro, mas é moradora do bairro Ambrósio disse “As vezes cai lixo nas ruas das lixeiras e aí vem os cachorros e espalham”.
O Sr. Abreu, 49 anos, proprietário de um mini mercado a uma quadra da Praia de Garopaba disse “Eu acho que poderia ser bem mais cuidado” e continua “Toda noite a prefeitura recolhe o lixo, mas a rua sempre está suja”.
A maior parte dos cidadãos entrevistados acredita que está fazendo a sua parte. Érica diz que acredita que a limpeza das ruas seja função da prefeitura, mas quando vê lixo na frente de sua loja, recolhe. Assim como o comerciante Sr. Abreu relata “As vezes a gente limpa, se a gente pode melhorar (…) se eu vejo lixo no chão aí na frente eu junto e jogo no lixo”. Uma senhora que passou de carro parou para ser entrevistada e disse que participa de mutirões para o recolher lixo, mas acredita que a prefeitura tem que ajudar mais.
O aluno Davi relata aos colegas que visitou um município vizinho e enquanto nadava no mar, embalagens colavam nele e seu pai lembrou que há 10 anos atrás o mar era límpido como em Garopaba. Essa história motivou ainda mais os alunos a fazer parte deste movimento de conscientização. “Queremos ser de uma geração que toma banho no mar sem lixos e sem doenças” disse a colega Larissa Torquatto, 12 anos.
Os estudantes chegam a conclusão que, além da necessidade da prefeitura implantar a coleta seletiva em todo município e os trabalhadores da empresa de lixo tomarem mais cuidado com o lixo que recolhem, cada cidadão deve fazer a sua parte, tanto na separação do lixo em lixeiras diferentes em suas casas, comércio e escolas, quanto na forma de colocar o lixo nas lixeiras para a de casa, em apropriado lugares evitando que ele se espalhe nas ruas e vá parar no mar.
#semlixonochao #vidasemlixo #semlixonanossacidadeissoeprioridade
Turma: 6° Ano
AUTORES:
LUIS TEODORO DOS ANJOS
JUAN MELLO ARJONA
BEATRIZ CARDOSO PEDRO
LARISSA DE SOUZA TORQUATO
VICTOR GILBERTO CARDOSO
LEANDRO DOS S. R. JUNIOR