EM 1º De Maio
Artigo 15 -18 anos
SOCIEDADE SOTERRADA PELO LIXO
O Brasil ainda despeja 30 milhões de toneladas de lixo por ano, de forma inadequada, embora a lei tenha determinado o fim dos lixões. A sociedade de consumo atual produz em suas linhas de produção diversos tipos de detritos, pois as indústrias de bens de consumo produzem de modo excessivo embalagens e produtos descartáveis. Isso faz com que se agrave ainda mais a situação dos aterros sanitários, e mesmo que o produto não venha a ser descartável, um dia sua vida útil irá vir ao fim e, neste momento, o descarte será inevitável, e assim se inicia um ciclo que ocorre todos os dias em todos os domicílios do planeta, que é comprar, usar e descartar.
Devido à falta de conscientização da população de como descartar o lixo da forma correta, 90% do lixo no Brasil é despejado em lixões, ou até mesmo são abandonados a céu aberto, como no caso de 95% dos resíduos produzidos no Estado de Alagoas (Br). Brasília (DF, BR) recebe quase 80% do lixo produzido no Distrito Federal em apenas um lixão, e o maior recorde do país em número de lixões é no Estado da Bahia (BR), com mais de 300 em situação irregular. Os lixões ou aterros não controlados não oferecem vantagens, mas sim causam grandes problemas, tanto para a população próxima quanto para o meio ambiente em si. Alguns dos problemas mais observados são: a proliferação de insetos, de animais transmissores de muitas doenças, além do mau cheiro, da poluição do ar, da contaminação do solo e dos lençóis freáticos.
Os lixões como visto anteriormente, é uma maneira errônea de descarte de lixo. Em contrapartida, tem-se os aterros sanitários. Os aterros são espaços destinados ao despejo do lixo que por sua vez, passam por um tratamento e posteriormente são cobertos com camadas de areia a fim de evitar odores, incêndios e a proliferação de doenças.
O sistema dos aterros sanitários viabiliza a captação de gases liberados pelo lixo, uma vez que são resíduos tóxicos que contaminam o meio ambiente. O chorume, que é um líquido encontrado no lixo, libera gás metano (CH4) que é um dos principais causadores do efeito estufa. Uma das alternativas nos aterros sanitários para tratá-lo, é usar o gás metano para a produção de biogás, um biocombustível proveniente de materiais orgânicos, ou seja, energia renovável produzida pelo lixo orgânico.
O aterro sanitário é construído em grandes extensões de terra e longe dos centros urbanos. Eles são cercados de áreas verdes ou vegetação nativa. Para construí-lo, primeiro deve-se fazer um buraco que não deve ultrapassar dois metros de distância do lençol freático e posteriormente, coloca-se uma manta de polietileno e uma camada de pedras pequenas, por onde passarão os líquidos e gases liberados pelo lixo. São instaladas calhas de concreto e tubos verticais por onde sobem os gases, onde alguns são recolhidos e outros liberados na atmosfera.
É importante ressaltar que os aterros sanitários possuem uma quantidade determinada de lixo que pode ser depositado, após alcançar o limite, o aterro encerra suas atividades naquele local. O objetivo dos aterros é diminuir o impacto do lixo no mundo, sobretudo da contaminação do solo, água e ar, ou seja, é uma alternativa mais sustentável que o lixão ou os aterros não controlados. Pois, eles oferecem menor impacto ambiental, menores riscos de incêndios, convertem gases em fontes de energias renováveis, evitam a transmissão de doenças, por não contaminarem as águas e protegem o solo. Na Baixada Santista (BS/SP, BR) com exceção de Peruíbe (SP) e Itanhaém (SP), a maioria dos resíduos sólidos são depositados no aterro sanitário do Sítio das Neves (Santos, SP – BR), o qual após 14 anos de operação já se vê em estado de esgotamento.
Segundo opiniões de alguns gestores municipais da região da BS, o aterro Sanitário do Sitio Das Neves até poderia ter mais alguns pouquíssimos anos de sobrevida. Porém, estudos da Aeronáutica Brasileira concluíram que a proliferação de aves no espaço aéreo, acima do aterro, poderia prejudicar as operações de voo do futuro Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá, situado a 8 km do aterro. Dessa forma procura-se acelerar o encerramento de suas atividades, para além da sua situação de esgotamento. Por isso este aterro está com os dias contados, mais precisamente até maio de 2019, de acordo com a Agência Ambiental de Santos. Dessa forma, a comunidade da região metropolitana da Baixada Santista e seus governantes se perguntam quais alternativas a região teria.
Uma das alternativas que pode ser viável para a diminuição deste problema que a Baixada Santista enfrenta é a separação correta do lixo com a reciclagem. A reciclagem já é implantada em alguns prédios e empresas, mas se ela fosse implantada de forma mais forte em todas as casas dos municípios, o volume de lixo a ser despejado nos aterros sanitários diminuiria drasticamente, pois apenas o lixo orgânico iria ser tratado. Este ideal poderia ser quase ou completamente alcançado com a colaboração da população e com um grande e forte incentivo do governo através da mídia, para conscientizar a população a mudar seus hábitos e descartar o lixo de acordo com o padrão de cores dos cestos de separação para reciclagem. Além disso, também poderiam ser implantados grandes cestos de separação para reciclagem em cada bairro, onde os moradores pudessem colocar seus lixos nos devidos cestos para que posteriormente fossem recolhidos por uma coleta seletiva do governo.
Uma alternativa seria a reciclagem combinada com a compostagem, que seria basicamente a reciclagem do lixo orgânico. Trata-se de um processo natural em que os micro-organismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica. Muito se tem falado também, na possibilidade da utilização de processos de incineração para a redução do volume de lixo. Entretanto, a incineração se traduz em altos custos operacionais, além de trazer consigo problemas adicionais como o tratamento dos resíduos provenientes de sua implementação. Mas nada disso dá solução para a questão da destinação final dos resíduos sólidos produzidos na região.
Enquanto essas possibilidades são estudadas para a mitigação do problema, e até que uma solução “definitiva” seja dada à questão da destinação dos resíduos sólidos da BS, propostas de ampliação do aterro para áreas anexas igualmente são levadas em consideração. Mas isso, da mesma forma significa um problema, visto que, para tanto, áreas de unidades de conservação teriam que ser desmatadas, o que não conta com a aprovação de órgãos ambientais e da Fundação Florestal do Estado de São Paulo, cujo objetivo fundamental é conservar e proteger as reservas florestais em prol da saúde do meio ambiente.
Como se vê, então, a problemática da destinação do lixo da Baixada Santista é complexa e parece ter chegado a um nó, sobretudo por não haver mais áreas para a construção de novos aterros, devendo mesmo ser uma questão de tempo, que os municípios da região comecem a fazer o transbordo dos resíduos sólidos para outras regiões distantes dali e que ainda comportam algum volume de lixo. Porém, isso significará para as cidades elevadíssimos custos operacionais.
Turma: 9° Ano
AUTORES:
CARLOS IGOR ALVES DE ARAÚJO
DAYANNI DE A. MASCARENHAS
MARIANA DOS SANTOS ROSA
SABRINA RECALCHI
STEPHANIE SANTOS DE MELO
TATIANA SOUSA SANTOS
BRUNA GUILHERME DA S. DA SILVA